Quem é Flávio Dino, aprovado ministro do STF
Flávio Dino foi aprovado pelo Senado, será ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e volta para a magistratura após passar anos na política “dura”.
A definição aconteceu após votação dos senadores nesta quarta-feira (12), e a expectativa é que o estilo ‘debochado’ que marcou os meses em que atuou como ministro dê lugar a um mais sério.
Nascido em São Luís (MA), Flávio Dino de Castro e Costa vem de uma família que ocupa o poder desde o período imperial. O tetravô, Francisco Manuel Antônio Monteiro Tajaós, foi o primeiro proprietário de terras na então Província do Grão-Pará (hoje Amazonas). O pai, Sálvio Dino, foi vereador da capital do Maranhão, deputado estadual e prefeito do município de João Lisboa.
A vontade política veio no ensino médio, quando foi líder estudantil em um colégio de São Luís. Seguiu a carreira do direito, e, em 1986, foi coordenador do Diretório Central dos Estudantes. Em 1989, começou a ligação com o presidente Lula (PT), quando foi coordenador da ala juvenil da campanha à Presidência na redemocratização.
Em 1994, foi aprovado em primeiro lugar em concurso para o cargo de juiz federal no Maranhão. De 2000 a 2002, presidiu a Associação Nacional de Juízes Federais (Ajufe), foi secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e assessor da Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF).
Após 12 anos na magistratura, deixou de lado a carreira para mergulhar de vez na política. Se filiou ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e foi eleito deputado federal.
Ele exerceu o mandato na Câmara dos Deputados entre 2007 e 2011, e foi um dos redatores da Reforma Política. Nesse período, se lançou à prefeitura de São Luís, em 2008, e ao governo do Maranhão, em 2010. Ficou em segundo lugar nos dois pleitos.
Depois do período como deputado, Dino foi presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), entre 2011 e 2014, na primeira gestão de Dilma Rousseff (PT).
Ele conseguiu se eleger como governador do Maranhão em 2014. Foi reeleito em 2018 e ocupou o cargo até abril do ano passado, quando renunciou para poder concorrer às eleições de outubro. Dino venceu a corrida ao Senado no Maranhão pelo novo partido, o PSB — filiou-se em 2021 –, e tem mandato eletivo até 2030.
Questionado como ministro
Flávio Dino foi escolhido como ministro da Justiça assim que a vitória de Lula foi anunciada nas eleições do ano passado. Tomou posse junto com o governo, em 1º de janeiro.
Após os ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro, Dino foi questionado pelos senadores da oposição sobre uma suposta omissão no reforço de segurança no dia dos atos de vandalismo.
As frases de efeito, como “não vamos achar disco voador”, o tom debochado e as analogias com o futebol marcaram as diversas vezes em que o ministro foi convocado para prestar esclarecimentos e depoimentos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) aberta para investigar as responsabilidades pelo caso.