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Londrina – O município de Londrina, no norte do Paraná, enfrentou momentos de tensão e violência entre o último sábado (15) e a manhã desta terça-feira (18). Os protestos foram desencadeados após a morte de Kelvin Willian Vieira dos Santos, de 16 anos, e Wender Natan da Costa Bento, de 20, em um confronto com a Polícia Militar do Paraná (PMPR). O que começou como uma manifestação pacífica se transformou em cenas de vandalismo, com ônibus incendiados, ataques a agentes públicos e várias prisões.
Como tudo começou
O confronto aconteceu no Jardim Leonor, zona oeste de Londrina. Segundo a PM, os dois jovens eram suspeitos de envolvimento em furtos na zona norte da cidade e estavam em um carro supostamente utilizado nesses crimes. Durante a abordagem, houve troca de tiros, resultando na morte dos suspeitos.
A morte dos jovens gerou revolta na população local, que iniciou uma série de protestos. Inicialmente pacíficas, as manifestações rapidamente escalaram para atos violentos. Moradores atacaram agentes de segurança, bombeiros e profissionais da imprensa.
Escalada da violência
Ainda no sábado (15), manifestantes invadiram um ônibus de turismo na Avenida Brasília, obrigando motorista e passageiros a deixarem o veículo. A polícia interveio e conteve a situação. Na BR-369, no semáforo da Bratac, outro grupo armado depredou um ônibus, forçando ocupantes a descerem antes de vandalizarem o veículo.
Na segunda-feira (17), novos protestos ocorreram em diferentes bairros da cidade. Manifestantes empunhavam cartazes com mensagens contra a violência policial e pediam paz nas comunidades. O Transporte Coletivo Grande Londrina (TCGL) confirmou que dois ônibus foram incendiados nos bairros Amparo e Monte Cristo, levando à suspensão do transporte público por questões de segurança.
Reunião emergencial e retomada do transporte
Na madrugada desta terça-feira (18), representantes das secretarias municipais de Educação, Saúde e Segurança, além de autoridades do trânsito e urbanização, se reuniram com o prefeito Tiago Amaral para discutir medidas de controle. Viaturas de unidades especializadas da PM foram enviadas de Curitiba para reforçar o policiamento na cidade.
A primeira decisão tomada foi a retomada da circulação dos ônibus, restabelecida às 6h da manhã desta terça-feira (18). As aulas também foram mantidas.
Investigação e possível envolvimento do crime organizado
O secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, viajou para Londrina para acompanhar de perto a situação. Em entrevista antes do embarque, ele afirmou que investigações apontam para a possível participação do crime organizado nos atos de vandalismo.
Pelo menos quatro pessoas com antecedentes criminais foram presas durante os protestos. Outras envolvidas já foram identificadas e seguem sendo monitoradas pelas autoridades.
“Faremos uma força-tarefa para pacificar a região e garantir o funcionamento dos serviços públicos, como escolas, transporte e limpeza urbana. Vamos dialogar com os moradores para entender suas demandas e promover uma reunião com autoridades locais e estaduais para buscar soluções efetivas”, afirmou o secretário.
A situação segue sendo monitorada, e novas medidas poderão ser adotadas para evitar novos focos de violência.
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Veja a matéria original em: RIC.com.br