Política

Fim da jornada de trabalho 6×1 ganha destaque e mobiliza redes sociais

Nos últimos dias, a discussão sobre o fim da jornada de trabalho 6×1 – seis dias trabalhados para um dia de descanso – dominou as redes sociais, especialmente na plataforma X, antigo Twitter. No domingo, 11 de novembro, o tema foi o mais comentado entre os internautas, impulsionado principalmente pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que luta por melhores condições de trabalho para os brasileiros.

Proposta de Redução da Jornada de Trabalho

A proposta defendida pelo VAT visa substituir o atual modelo 6×1 por uma jornada reduzida, de quatro ou cinco dias de trabalho por semana. Com essa mudança, a jornada semanal oficial seria limitada a 36 horas, divididas entre quatro dias de trabalho com três de descanso, ou ainda cinco dias trabalhados com dois de folga (5×2).

A ideia ganhou força nas redes através de mobilizações organizadas por Rick Azevedo (PSOL), vereador no Rio de Janeiro e um dos líderes do movimento. Ele conta com o apoio de figuras políticas influentes, como a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que adotou a proposta como uma bandeira de seu mandato.

Movimento Popular e Apoio na Câmara dos Deputados

Erika Hilton apresentou a proposta de fim da jornada 6×1 como uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) na Câmara dos Deputados. A mobilização popular já garantiu 1,3 milhão de assinaturas em uma petição online a favor da PEC. Agora, a deputada se empenha em conquistar o apoio de mais congressistas para alcançar as 171 assinaturas necessárias para que a PEC seja oficialmente protocolada na Câmara. Até o momento, o projeto conta com 71 assinaturas.

Argumentos a Favor da Extinção do Modelo 6×1

Em suas redes sociais, Erika Hilton destacou o caráter desumano da jornada 6×1. Para ela, o modelo atual compromete a qualidade de vida do trabalhador, limitando seu tempo para atividades pessoais, descanso e aperfeiçoamento profissional. “A escala 6×1 é uma prisão, e é incompatível com a dignidade do trabalhador”, afirmou a deputada, argumentando que os trabalhadores merecem condições que lhes permitam um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Contexto Legal e as Propostas de Mudança

De acordo com a legislação brasileira, a jornada de trabalho é limitada a oito horas diárias e 44 horas semanais, com possibilidade de acordos de compensação ou redução mediante convenções coletivas. A PEC proposta por Hilton propõe uma alternativa ao modelo atual, estabelecendo uma jornada semanal de 36 horas. A ideia é oferecer mais flexibilidade aos trabalhadores, com um sistema que garanta mais dias de descanso e proporcione uma vida mais equilibrada.

Alternativas ao Modelo 6×1: Jornada 4×3 e 5×2

A PEC propõe duas alternativas: a jornada 4×3, com quatro dias de trabalho e três de folga, ou a jornada 5×2, onde os trabalhadores teriam cinco dias trabalhados e dois dias de descanso. Ambas as opções visam proporcionar maior tempo de descanso, permitindo que os trabalhadores aproveitem melhor o tempo com suas famílias e tenham mais oportunidades de lazer, estudo ou para desempenhar outras atividades pessoais.

Audiência Pública para Debater o Tema

Antes mesmo de formalizar a PEC, Erika Hilton pretende convocar uma audiência pública na Câmara dos Deputados para ampliar o debate e buscar consenso sobre a melhor estrutura para a jornada de trabalho. A audiência será uma oportunidade para ouvir sindicatos, especialistas, empregadores e trabalhadores sobre os impactos e a viabilidade do novo modelo de trabalho proposto.

Conclusão

A proposta de extinguir a jornada 6×1 e reduzir a carga horária semanal é um marco na luta por condições de trabalho mais justas e dignas no Brasil. A mobilização nas redes sociais reflete o desejo da população por mudanças que garantam mais qualidade de vida aos trabalhadores, e a PEC representa um passo importante nessa direção. Com apoio popular e político em crescimento, o projeto ainda enfrenta desafios, mas sua discussão promete trazer novas perspectivas sobre o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal no país.

 

Veja a matéria original em: RIC.com.br

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