Cybergolpes são mais comuns no Dia das Mães, como evitar?
FIQUE ATENTO: ESPECIALISTA ELENCA GOLPES EM ALTA DURANTE O DIA DAS MÃES
O Dia das Mães está chegando e essa é uma daquelas datas que não podem passar em branco, mesmo que o presente seja “só uma lembrancinha”. Segundo o SPC e CNDL, este ano 73% dos brasileiros vão apostar na data e presentear as pessoas que desempenharam um papel maternal nas suas vidas.
Porém, assim como as vendas tendem a aumentar, o número de golpes seguiu os mesmos passos e, no ambiente online, só em 2023, o número de tentativas cresceu em 35%, foi o que mostrou a ADDP (Associação de Dados Pessoais e Consumidor) em recente levantamento. Por isso, é preciso estar atento para não transformar um dia de celebração em dor de cabeça.
Wanderson Castilho, perito digital e CEO da Enetsec, explica que a praticidade em realizar compras em poucos cliques, aliada a emoção da vítima, faz com que tudo fique mais confortável para o cibercriminoso e, em datas apelativas, criminosos costumam agir com mais frequência, segundo levantamento da Clearsale em 2023. “O apelo emocional em datas comemorativas facilita a ação dos fraudadores. Eles sabem como agir, e em qual momento agir, por isso é importante se atentar aos pequenos detalhes no momento de sua compra, e garantir que ela seja no mínimo segura”, alerta.
Segundo o perito, a melhor forma de não cair em fraudes, é conhecendo os golpes que estão sendo aplicados, já que, de acordo com uma estimativa criada com base nos seus mais de 5 mil casos resolvidos, a cada 10 pessoas que escaparam deles, 8 já os conheciam. Por isso, confira alguns dos mais comuns!
Lojas falsas
O especialista explica que o Instagram é uma rede com muitos usuários ativos, sendo assim, uma ótima ferramenta para anunciar serviços e produtos à venda. No entanto, se tornou mais um espaço para os farsantes. “Eles utilizam para anunciar ofertas falsas, que podem levar a roubo de dinheiro, dados, e até outras ameaças”, explica Wanderson.
Essas lojas podem ser novas ou antigas, tendem a copiar a URL de varejistas famosos ou utilizarem logos bastante parecidos para persuadir o comprador, geralmente são divulgadas por mensagens de texto do WhatsApp, SMS ou podem até mesmo serem encontradas pelo Google. O que desperta o interesse do consumidor é o preço muito abaixo do mercado ou com uma oferta única ou quase exclusiva.
Wanderson indica como identificar sites falsos nestes casos. “Veja se na URL consta o ‘https’, a letra ‘s’ aponta protocolos de segurança mais rígidos. Além disso, é importante verificar a existência de um pequeno cadeado no site, também ao lado do link da página. Ao clicar nele, uma pequena janela aparece com informações de segurança e autenticidade do site”, aponta.
Roubo de dados
Esse tipo de golpe é muito comum, pode até ser combinado com o modelo de fraude anterior. Para acessar contas e roubar os dados, os criminosos da internet induzem a vítima a clicar em links suspeitos enviados pelas mesmas plataformas que enviam a URL, SMS ou WhatsApp e com isso, os golpistas conseguem instalar um software malicioso em celulares e pescar os dados bancários.
Além desta opção, criminosos podem enviar SMS ou mensagens de texto via WhatsApp oferecendo um falso cupom de desconto ou vale-presente. “O texto pede que a vítima clique em um link para resgatar o brinde ou desconto, mas o link leva a um site suspeito que coleta informações pessoais e dados financeiros”, diz Wanderson.
Para escapar nestas situações delicadas, o especialista explica que analisar o link enviado antes de clicar e procurar pela letra ‘s’ também é uma opção. “De modo geral, o ideal é não clicar em link algum, principalmente estes que são enviados por números de spam que, na maioria das vezes, são recebidos com alguma promessa de promoção exorbitante e fora do comum”, explica.
Boleto ou PIX em nome de pessoas físicas
“Comprar em lojas desconhecidas pode ser arriscado, principalmente ao utilizar métodos de pagamento instantâneos, como o boleto bancário, transferências ou PIX, porque em caso de fraudes, o valor não é reembolsado”, aponta Wanderson.“É difícil encontrar grandes lojas no e-commerce em que essas são as únicas opções de pagamento viáveis, para não dizer impossível, então se só houverem estas opções, o ideal é não finalizar a compra porque pode ser um site fraudulento. E mesmo em compras nos sites das grandes varejistas, é fundamental verificar cuidadosamente o nome da empresa destinatária do pagamento e evitar realizar transferências para pessoas físicas”, completa.
Falso comprovante
Segundo dados de um mapeamento realizado pelas plataformas online OLX e AllowMe, esse é um dos golpes mais aplicados no e-commerce. Em uma ação de compra e venda, o golpista utiliza um falso comprovante e encaminha para vítima, fazendo-a acreditar que o valor da compra já foi depositado. Quando a pessoa se dá conta, o golpista já está com o produto e deixa de responder às mensagens.
“Os comprovantes bancários são de envio único, então, uma forma de descobrir se o comprovante é falso ou não, é escaneando pelo Google Lens de outro celular e verificar se no Google Images já existe um comprovante igual ou com dados parecidos. Golpistas também não costumam se ater aos detalhes, então é importante verificar se todas as fontes de texto utilizadas na imagem são iguais e se a hora presente nele, bate com o horário de compra”, aponta Wanderson.
Por fim, o especialista também deixa algumas dicas gerais. “Antes de realizar qualquer compra no ambiente online, utilize a técnica dos 3P: Pare, Pense e Pesquise. Já durante o cadastro, opte por senhas fortes, com pelo menos 8 caracteres, alternando letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais, na compra, se for pagar a crédito, utilize o cartão virtual temporário, que só pode ser usado em uma operação”, finaliza.
Saiba mais sobre Wanderson Castilho: Com mais de 5 mil casos resolvidos, o perito cibernético e físico, utiliza estratégias de detecção de mentiras e raciocínio lógico para interpretar os algoritmos dos crimes digitais. Autor de quatro livros importantes no segmento e há 30 anos no mercado, Wanderson Castilho refaz os passos dos criminosos virtuais para desvendar a metodologia empregada no crime digital. Certificado pelo Instituto de Treinamento de Análise de Comportamento (BATI) da Califórnia, responsável por treinar mais de 30 mil agentes policiais, entre eles profissionais do FBI, CIA e NSA. Também possui certificados em Certified Computing Professional – CCP – Mastery, Expert in Digital Forensics, é membro da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners). E sua recente certificação como Especialista em investigação de criptomoedas pelo Blockchain Intelligence Group, ferramenta usada pelo FBI, o coloca hoje em um patamar de um dos maiores profissionais em crimes digitais do mundo sendo um dos especialistas mais cotados para resolver crimes cibernéticos.