
“VAPE” Estudo encontra metais tóxicos e aromatizantes de vela nos cigarros eletrônicos
Um estudo recente com os “VAPES” do Laboratório de Química Atmosférica (LQA) da PUC-Rio, divulgado com exclusividade pela BBC News Brasil, revelou que metais tóxicos presentes nos circuitos elétricos dos cigarros eletrônicos descartáveis contaminam o líquido inalado antes mesmo de o dispositivo ser acionado pela primeira vez.
A pesquisa detectou níveis elevados de cobre, estanho, níquel e zinco em praticamente todos os 15 vapes descartáveis analisados. Essas concentrações estão muito acima do esperado para qualquer material que será inalado, segundo os pesquisadores Carlos Leonny Fragoso e sua orientadora Adriana Gioda.
Riscos à Saúde: Metais e Substâncias Nocivas
Especialistas em saúde já alertam há anos sobre os perigos dos cigarros eletrônicos, principalmente devido à inalação de substâncias tóxicas após o líquido ser aquecido. No entanto, essa nova pesquisa reforça o alerta, indicando que a contaminação pode ocorrer antes mesmo do primeiro uso.
📌 Principais descobertas do estudo:
✅ Altas concentrações de metais pesados (cobre, estanho, níquel e zinco) nos vapes descartáveis.
✅ Quase 10 compostos químicos adicionados para melhorar o sabor, incluindo um utilizado em aromatizantes de velas.
✅ Presença de substâncias que podem causar inflamações celulares, elevando os riscos de doenças respiratórias e cardiovasculares.
🚨 Estresse Oxidativo: Nos testes realizados com células cardíacas de camundongos, foi observada uma resposta significativa de estresse oxidativo, um processo que pode causar danos celulares e contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas.
Diferenças Entre Vapes Descartáveis e Recarregáveis
Além dos descartáveis, o estudo analisou 14 líquidos de vapes recarregáveis – modalidade onde o usuário pode reabastecer o reservatório e reutilizar o aparelho.
🔹 Principais diferenças encontradas:
- Vapes descartáveis apresentaram níveis alarmantes de metais tóxicos, pois o líquido já vem armazenado em contato com o circuito elétrico.
- Vapes recarregáveis não mostraram contaminação inicial, mas os pesquisadores alertam que os metais podem se desprender e contaminar o líquido após o uso contínuo.
📢 Conclusão: Ambos os tipos representam riscos à saúde, tanto pelo contato com metais pesados quanto pela inalação de substâncias químicas nocivas.
Cigarros Eletrônicos: Um Perigo Oculto
🔬 Origem e Popularização: Os cigarros eletrônicos surgiram na China, nos anos 2000, imitando o formato dos cigarros convencionais. Hoje, ganharam novas formas, como canetas, pen drives e pequenos tanques.
🚫 Proibição no Brasil: Desde 2009, a venda de vapes é proibida no país, mas o consumo continua elevado, especialmente entre jovens.
📦 Contrabando: Segundo a Receita Federal, mais de 1,5 milhão de unidades foram apreendidas apenas entre outubro e dezembro de 2024 no Porto de Santos.
🧪 Outras Substâncias Perigosas: Além dos metais, foram detectadas mais de 20 substâncias químicas nos líquidos dos vapes, incluindo:
- Vanilina (usada para sabor de baunilha, mas nociva quando inalada).
- Mentol (potencializador de sabor, que pode irritar as vias respiratórias).
- Composto aromatizante de vela (adicionado para intensificar o sabor).
“Vapes São Ainda Piores Que Cigarros Tradicionais”, Diz Especialista
A pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, alerta que os cigarros eletrônicos podem ser ainda mais perigosos do que os cigarros convencionais.
🛑 Principais riscos dos vapes:
- Geram dependência mais rápida e intensa do que o cigarro comum.
- Contêm altas concentrações de nicotina, que podem ser 100 vezes superiores às do cigarro tradicional.
- Podem causar doenças pulmonares graves, incluindo o EVALI (Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico), já reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
📢 Alerta: Muitos adolescentes relatam que não conseguem passar o dia sem usar o vape, tornando-se dependentes rapidamente.
Projeto de Lei Quer Regulamentar a Venda de Vapes no Brasil
Atualmente, tramita no Senado Federal o Projeto de Lei 5008/2023, que discute a regulamentação da venda de cigarros eletrônicos no Brasil.
🛑 Opiniões Contrárias: Especialistas alertam que a liberação poderia gerar um aumento no consumo, impactando negativamente a saúde pública.
💰 Indústria do Fumo: Empresas como BAT Brasil (ex-Souza Cruz) e Philip Morris defendem a regulamentação, argumentando que o mercado legal poderia garantir maior controle da qualidade dos produtos.
📢 Especialistas advertem: A arrecadação de impostos não compensaria os gastos públicos com o tratamento de doenças causadas pelo uso dos cigarros eletrônicos.
Conclusão: Os Perigos dos Vapes Não Podem Ser Ignorados
O estudo da PUC-Rio reforça as preocupações sobre os graves impactos dos cigarros eletrônicos na saúde. Com contaminação por metais tóxicos antes mesmo do uso, presença de substâncias químicas nocivas e o alto potencial de dependência, os vapes não são uma alternativa segura ao cigarro convencional.
🚨 Alerta para consumidores: Embora vendidos como produtos “modernos” e “menos prejudiciais”, os vapes apresentam riscos graves e potencialmente fatais.
⚠️ Fique atento! A saúde vem sempre em primeiro lugar!
Veja a matéria original em: BBC Brasil