Apucarana inicia a semana de combate contra a exploração sexual infantil
Uma palestra com a promotora de justiça Vivian Christiane Santos Klock deu início nesta segunda-feira (15/05) à Semana de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes. Realizada no Cine Teatro Fênix, a palestra reuniu professores das redes municipal e estadual, além de representantes de instituições que integram a macrorrede de enfrentamento.
O prefeito Junior da Femac, que esteve acompanhado de diversos secretários municipais, disse que todos os setores da Prefeitura estão mobilizados para fazer o enfrentamento.
“Junto com as entidades, estamos atentos e vigilantes. Acreditávamos que após a pandemia a sociedade voltaria melhor, porém houve um aumento da violência e da intolerância. A prioridade da nossa gestão é cuidar das pessoas, das relações humanas. Estamos mobilizados para dar o grito de alerta e para fazer a defesa das crianças e adolescentes, assim como fazemos também quanto às mulheres e aos idosos”, reitera Junior da Femac.
A promotora de Justiça lembra que na próxima quinta-feira (18/05) é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes.
“A data foi instituída por causa de um caso emblemático e muito triste. Lembramos neste dia uma situação que não deveria ter acontecido, que foi a morte da criança Araceli Cabrera Sanchez Crespo, uma menina de 8 anos que foi seqüestrada ao sair da escola no dia 18 de maio de 1973. Ela foi abusada sexualmente, espancada, drogada e morta”, relembra.
A promotora afirma que na próxima quinta-feira o crime completa 50 anos.
“E ninguém foi punido. Depois da prisão dos acusados, do julgamento e da absolvição, o processo foi arquivado e esse crime ficou impune. Infelizmente, o caso Araceli é mais um de tantos que acontecem diariamente no nosso País”, lamenta.
A maior parte da violência sexual – continua a promotora – é intrafamiliar.
“Cometidos por pais, padrastos ou outros familiares, o que é mais chocante, pois o que deveria ser o ambiente de maior proteção acaba sendo o lugar onde eles são violados. E, quando os casos são revelados, é o local onde as vítimas ficam também mais propensas a sofrer retaliações”, completa.
A promotora destacou a importância das denúncias, afirmando que quando os relatos vêm das crianças deve haver o pressuposto da veracidade.
“A denúncia é a postura ativa da sociedade e neste sentido desempenham um papel importante a comunidade escolar, órgãos de saúde, profissionais da área de psicologia e de serviço social, autoridades policiais e da Justiça, líderes religiosos e comunitários”, elenca Vivian.
A promotora também abordou os impactos nas dimensões física, sexual. emocional e moral da criança e do adolescente.
“Dificilmente os abusados esquecem a violência sexual. Os efeitos são vários, como dificuldades de manter relações afetivas, sexuais e amorosas saudáveis, envolvimento em prostituição, uso de álcool ou drogas, dificuldade de inserção na vida social, sentimento de inferioridade e culpa”, cita, acrescentando que a evasão escolar também é uma das conseqüências da violência sexual. “Por isso, as escolas têm papel importante como agentes de proteção, evitando a exclusão e o preconceito e atuando na prevenção”, reforça.
Fonte da matéria: Blog do Berimbau