HOMENS SÃO AS PRINCIPAIS VÍTIMAS DE GOLPES NO BRASIL DE ACORDO COM PESQUISA
Perito em crimes digitais associa excesso de confiança, investimentos suspeitos e falta de denúncias.
No cenário digital cada vez mais complexo em que vivemos, a segurança cibernética se tornou uma preocupação global, afetando pessoas de todas as idades, gêneros e origens. No entanto, uma pesquisa recente realizada pela empresa de identidade digital CAF revelou uma tendência que destaca uma informação importante: os homens emergem como as principais vítimas de golpes digitais no Brasil.
Os resultados dessa pesquisa apontam que os homens representam 68% das vítimas de golpes digitais em território brasileiro. Quando se trata especificamente de golpes financeiros, a disparidade se torna ainda mais evidente, com homens respondendo por 69% das vítimas.
De acordo com Wanderson Castilho, perito em crimes digitais e CEO da Enetsec, os números revelados pela pesquisa são um sinal claro de que os homens estão enfrentando uma vulnerabilidade notável quando se trata de golpes financeiros online, e embora as razões subjacentes possam ser variadas e complexas, alguns fatores podem contribuir para essa tendência, por exemplo, o excesso de confiança no universo digital.
“Os homens, muitas vezes, demonstram menos preocupação com sua exposição digital, e tendem a compartilhar conteúdos que, à primeira vista, parecem inofensivas, mas muitas vezes não o são. Além disso, observa-se que eles são mais propensos a investir sem se preocupar com os riscos, por exemplo, em esquemas de pirâmide, que são notoriamente conhecidos como um dos tipos mais fraudulentos de armadilhas financeiras’, diz
Castilho também chama a atenção para os ‘golpes do amor’, nos quais muitos homens são vítimas, mas, por vergonha, optam por não denunciar, criando um ambiente propício para que outros homens também caiam nas mesmas armadilhas. “Por essa razão que frequentemente vemos mais mulheres discutindo essas questões abertamente”, complementa.
A pesquisa da CAF também identificou um padrão relacionado à faixa etária das vítimas. Pessoas economicamente ativas, com idades entre 39 e 44 anos, estão entre as mais afetadas em termos de volume de fraudes digitais. Essa faixa etária responde por 16% das vítimas em golpes que envolvem serviços financeiros. Esses dados indicam que a maturidade e a exposição a transações financeiras tornam essa demografia particularmente suscetível a fraudes cibernéticas.
“Esses números mostram a importância de permanecer vigilante e tomar medidas proativas para proteger nossa identidade e informações financeiras no ambiente digital. Enquanto continuamos a avançar na era digital, é essencial que todos estejam armados com o conhecimento e as ferramentas necessárias para se defender contra golpes e fraudes”, orienta Castilho.
Como se proteger
Para o especialista, o primeiro passo é a informação. Ele enfatiza a importância de estar sempre atento e atualizado com as notícias e sobre os golpes mais comuns que circulam pela internet.”A educação digital é extremamente importante e uma grande aliada para combater esses crimes”.
O especialista ainda recomenda evitar clicar em links suspeitos, compartilhar menos informações pessoais e evitar investir em plataformas de moedas digitais suspeitas. Além disso, é essencial estar atento às senhas e evitar o uso da mesma senha para todas as suas contas bancárias e redes.
Saiba mais sobre Wanderson Castilho: Com mais de 5 mil casos resolvidos, o perito cibernético e físico, utiliza estratégias de detecção de mentiras e raciocínio lógico para interpretar os algoritmos dos crimes digitais. Autor de quatro livros importantes no segmento e há 30 anos no mercado, Wanderson Castilho refaz os passos dos criminosos virtuais para desvendar a metodologia empregada no crime digital. Certificado pelo Instituto de Treinamento de Analise de Comportamento (BATI) da Califórnia, responsável por treinar mais de 30 mil agentes policiais, entre eles profissionais do FBI, CIA e NSA ). Também possui certificados em Certified Computing Professional – CCP – Mastery, Expert in Digital Forensics, é membro da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners ). E sua recente certificação como Especialista em investigação de criptomoedas pelo Blockchain Intelligence Group, ferramenta usada pelo FBI, o coloca hoje em um patamar de um dos maiores profissionais em crimes digitais do mundo sendo um dos especialistas mais cotados para resolver crimes cibernéticos.